quarta-feira, 26 de março de 2014

Uma salada, por favor

Entra no mesmo restaurante.
Cada dia, com uma companhia diferente.
Naquele momento, quem estava ali era o Câncer. Aquele ser enigmático.
Ele havia passado várias vezes pelas suas proximidades. Ficava pouco tempo, fazia o que tinha de ser feito e partia.
Retornava, executava magistralmente suas funções e ia embora. Era sempre imaginado como o mestre dos mestres. Um senhor belo, alto e de face sisuda.
Entretanto, sentara-se ali um ser simples, frágil...
A minha existência permite a vida dos humanos. Eu posso ser o deus de vocês, ou fazer vocês encontrarem um deus, ou deus nenhum. O meu existir faz com que vocês realizem as atividades mais singelas. Sou eu quem os presenteia com o dilaceramento do amor. Eu existo para que vocês se encantem com as flores daquele jardim. O afeto dispensado aos seus é devido a mim.
Eu ajudo a alimentar o seu desejo insano de não querer virar pó.

__ Senhora, sua salada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário