sábado, 8 de março de 2014

32 frascos?

Alvos, delineados, enclausuram-se pelos traços sulcados pelo deleite.
Enraizados na estrutura arcaica, ramificam-se, enforcam as entranhas daquele olho empanturrado pelos frascos... pelo frasco... há apenas um? Um frasco com 32 comprimidos, ou 1 comprimido diluído em 32 frascos?
Confusa, levanta-se.
Acha que ali no canto da cozinha deveria haver uma máquina de moer café. O cheiro do líquido que adentra o estômago dele ficaria ali todos os dias.
Abre o portão...
E os comprimidos? Deveriam ter sido tomados hoje?
Entra na padaria, os lírios branco e rosa emoldurados a recebem como sempre.
Toma o café com o homem, ou hoje seria com o menino?... Constantemente, uma surpresa... muitas vezes desagradável.
O líquido preto descendo pela garganta dele, o líquido preto descendo pela garganta dela. O líquido saído da mesma garrafa.
O sorriso... a despedida... os afazeres...
Eles brilham, tentam contar algo... não conseguem. Eles se põem vivazes, tentam remoê-la...
32 frascos... ou seriam 32 comprimidos? E aquela mucosa guardando o brilho.
Levanta-se.
__ Aqui poderia haver uma máquina de moer café.
Padaria. Lírios branco e rosa.
O líquido!
O menino...
Aspira o cheiro do café que está nas vísceras dele.
Pelo espelho, dá-se conta de que os lírios são pretos. Deveria ter tomado os comprimidos hoje?
32 frascos... ou seria 1 frasco com 32 desejos de ser o Egeu da Berenice de Poe?



Nenhum comentário:

Postar um comentário