sábado, 15 de março de 2014

Apto...

Salvador Dalí,  Criança geopolítica assistindo ao nascimento do novo homem.


Leões...vários... vários em uma jaula. Várias jaulas. Inúmeros leões. Jaulas contornadas, jaulas espalhadas.
O pó, despótico, enclausura o sangue, as veias, as narinas... a laringe em dígitos.
As ramificações pulmonares gozam de grande fôlego.
O ataque!
O ataque!
O ataque!
De novo...
O pó adentra os poros, as narinas, o estômago precisa ser lavado, desinfetado.
As unhas contornam a jaula, as cutículas ouriçam-se, o útero gera e aborta, gera e aborta...
As ideias despem-se, enamoram-se, odeiam-se, agridem-se e outras estruturas alcançam o gozo.
O útero gera e aborta...
Os leões se alimentam dos fetos fétidos, saborosos...
Apetite! Apetite... prostíbulo felino. O pó! A laringe!
O ataque!
O ataque!
O ataque!
As veias excitadas, jorrando desejo, perpassam a entrada... a não efervescência. O útero alimenta os leões...
Apto!
Hábito!
Aptitude!
Apetite!


Nenhum comentário:

Postar um comentário