domingo, 16 de fevereiro de 2014

Qual inseto?

A Grande Esfinge de Gizé, Egito.



A cama não é mais a mesma, a sala está infectada de mudanças, a cozinha exala o cheiro da transformação, o banheiro não sustenta o lugar do banho.
Eduarda não possui mais as mãos macias, nem os cabelos sedosos... o interfone toca, o sono é profundo, o som estridente, que anuncia a chegada de alguém, invade os seus sonhos.
Há um inseto ali no canto, incomodado com o barulho daquele aparelho que quer trazer alguém para seu convívio. Sai do canto, anda pela casa, passa pelos móveis, gruda na vidraça, rasteja pelo lixo da área de serviço...
Há apenas o inseto reinando no lar, Eduarda esvai-se no calor do bicho repugnante... Ressuscita, retoma seu posto de dona da casa, mas o companheiro de patas continua a perpassar pelo local.
Cansado, aloja-se no canto do quarto. O interfone grita mais uma vez...





Entrega do supermercado.





Eduarda perde-se na busca de saber quem é aquele inseto que invadiu seu sono intenso... Inseto de Kafka? Inseto de Clarice?...

Talvez seja um inseto implorando para ser decifrado e degustado... degustado por si mesmo.

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