Natalina Bagini Peron, uma mulher de vaidade guerreira! Facão na mão, palha tirada, café carpido. Suspiros selecionados, gargalhadas escancaradas. Dia certo para comprar a roupa de ver Deus, brincos adornando o rosto carregado de coragem.
Ah! A mulher que colocava à mesa todo seu carinho no colorau, que dava vida ao melhor macarrão, acompanhado com batatas e carne, exposto em uma grande panela. Logo depois dos almoços de domingo, aroma preto, forte, abraçando a doçura do bolo fofinho e a marca registrada da família: pão de chocolate.
As tradicionais festas somente se finalizavam depois de comermos arroz com ovos fritos pela Dona Natalina. E todos tinham o privilégio de escolher se a gema seria dura ou mole e de degustar esse mimo, que ela fazia com tanto carinho.
Os ausentes, nos horários em que as comidas eram servidas, ficavam tranquilos, pois sabiam que teriam seus pratos feitos e “escondidos” pelas mãos hábeis da matriarca.
Com todo esse amor, desfrutávamos, também, da pamonha, do milho assado, da canja de galinha, dos potinhos de plástico, resplandecendo o arroz, o feijão, o frango caipira.
Além dos prazeres proporcionados pelas comidas, a mãe, esposa, sogra, vó e bisavó, Natalina, abriu um caminho, tirando o mato, a tiririca, a fumaça, a poeira... mostrando a todos nós a estrada fincada nos livros, nas canetas, nos lápis.
Um "Deus te ‘bençoe’”... sempre foi força para seguir em um mundo aberto, trilhado pelo trator de quem desestabilizou cada moirão que sustentava os problemas da vida.
Agora ficamos todos com belas lembranças, grandes exemplos e imensa saudade!
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